sábado, 16 de dezembro de 2017

Parasitismo de Vespa Calcidídea em Vespa Crabronídea no Espírito Santo

Oi Cesar, hoje registrei uma Brachymeria (Chalcididae: Chalcidinae) sobre ninho do que eu acredito ser Crabronidae, talvez Trypoxylon (Crabroninae: Trypoxylini). É fininha, com cerca de 1 cm. A Brachymeria com cerca de 3 mm. Ela é muito menor que Conura e muito atrevida. A Crabronidae estava tremendamente irritada com a presença dela, ia e vinha trazendo bolinhas de barro e as vezes nao conseguia por no lugar certo para modelar o ninho porque a Brachymeria ficava atrapalhando e enxotando ela com sua perninha traseira. Foi de um abuso sem fim. Fiquei bastante intrigada se é possível mesmo esse parasitismo e como ele ocorre. Onde a Brachymeria botou o ovo, deus? Ela chegou a entrar no tubo que ainda estava aberto, mas foi fechado depois. Eu pensei em coletar o ninho, mas ele é muito frágil. Não quero atrapalhar o desenvolvimento do que estiver la dentro.
Kel de Cariacica, Espírito Santo.
Se você chegou a ver o calcidídeo entrando no ninho, creio que já é possível saber onde ela botou ovo, mas encontrei em Peruquetti (2001):
Brachymeria villosa (Oliver, 1790) é uma espécie neotropical que parasita Trypoxylon albitarse Fabricius, 1804 e T. mexicanum Richards, 1934 (RAU 1940, 1941; BURKS 1960; FRITZ & GENISE 1980; DELVARE & BOUCEK 1992).
(...)
A fêmea raspa com as mandíbulas, na altura média do eixo longitudinal do ninho, a parede das células que serão parasitas. Quando já existe uma depressão pequena a fêmea passa a usar a extremidade de seu metassoma, friccionando-o e realizando movimentos semicirculares, até perfurar a parede do ninho. Este processo repetiu-se em todas as células parasitadas do ninho. Dessa forma, o ninho fica com várias pontuações características do parasitismo. Após terminar o orifício, o qual no final apresenta formato de cone invertido, apresentando em sua parte superior 2,5mm de diâmetro e em sua parte inferior menos de 1mm (N = 1), a fêmea repousa sobre ele e nele introduz o ovipositor, realizando a postura. Foi possível verificar que este orifício, após ser ampliado pelo imago de B. villosa, também serve para facilitar a saída da prole do interior do ninho parasitado.
Creio que agora você já possa falar em hiperparasitismo.

Atualização Jan./2.018 - Kel: Cesar, coletei o ninho de barro apos duas semana desses registros. Semana passada emergiu uma Trypoxylon perfeita, mas nem tentei fazer fotos, tava muito inquieta. Hoje fui olhar o pote, e quem estava lá? A Brachymeria. Sim, ela tinha conseguido parasitar, e eu achando improvável. Aqui estão as fotos que consegui tirar, ela é muito pequena, até desanima; A foto do ninho mostra duas pupas de Brachymeria. Elas ficam dentro de um saquinho igual ocorre com as formigas.

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