Boa noite.
Há algum tempo estou com um "terrário" e capturei alguns pequenos artrópodes para criar um pequeno ecossistema nele.
Hoje capturei o que acredito ser um amblipígio, porém jovem e com as "coisas" que ele usa para caçar muito pequenas.
Me pergunto se é possível mante-lo no terrário. Se for possível para ele caçar e se alimentar dessas pequenas criaturas será que haveria problemas?
Info:
Esse atropode pequeno e negro é extremamente rápido e vive em baixo de pedras em ambientes levemente úmidos.
O branco com uma lista negra no dorso compartilha algumas semelhanças porém é menor, mais lento, tem o corpo mais trigular em visão dorsal e vive em lugares muito mais úmidos e apertados geralmente (ex: debaixo de troncos meio podres)
Esse caracol de jardim é o único de coloração diferente que tenho, todos que vi até hoje são verdes, não sei se eles são o mesmo. Em especial queria saber como é possível que esses caracóis conseguem entrar na terra, eles cavam? desculpe se a pergunta é boba.
Poderia indentificar esses bichos, em especial os dois primeiros que se parecem com os "springtails" que já vi em vídeos, gostaria também se possível saber do que eles se alimentam porque só estou dando pedaços de madeira apodrecida.
Agradeço desde já.
Rafael Leafar de Capitão Poço, Pará.
É uma ideia interessante. Eu acho que este bicho pode ser uma Charinus sp. (Amblypygi: Charinidae), que são amblipígios pequenos mesmo, pode ser adulto. Bom alimento pra eles parecem ser cupins e outros invertebrados de corpo mole, o terrário com boa diversidade me parece uma boa forma de mantê-lo, só é preciso cuidado para não introduzir outros predadores.
Fiz os cortes nas imagens, mas não sei se pude ver todos os bichos, é difícil encontrá-los. Eu creio que tanto o negro como o branco sejam tatuzinhos (Crustacea: Malacostraca: Peracarida: Isopoda), é bem complicado falar da alimentação pois é um grupo muito diverso, mas em geral eles se alimentam de matéria vegetal em decomposição, musgos, algas etc. Quanto ao caracol, talvez eu não esteja mesmo entendendo a pergunta; sim, cavar me parece um bom termo, eles precisam cavar para se enterrar.
César Favacho - Eu amo louva-a-deus: Boa noite! Esse Amblypgi provavelmente é um Charinus guto ou Charinus bonaldoi. Eles normalmente se alimentam de cupins, Collembola e outros bichos de corpo mole que encontram sob troncos, na serrapilheira, etc.Tenho uma colega que está trabalhando com comportamento de Charinus no mestrado e já pude observar ela alimentando eles com cupins e tendo bastante sucesso na criação.
Rafael: Olá César.Hoje encontrei esses bichos muito estranhos no terrário, nunca vi igual, que bicho é esse?
Também notei um aglomerado do que acredito que sejam carrapatos ou ácaros, provavelmente o útimo pelo tamanho. Queria saber se esses são parasitas.
Edit: Revisando as imagens notei que um dos aracnídeos está muito próximo da colônia de "coisas", estaria ele possivelmente se alimentando delas?
Capitão Poço - PA
Cesar - Insetologia: Vejo que deviantchuckles já respondeu no Imgur que são apenas colêmbolos; não me parece haver colêmbolos nas imagens. Os primeiros são ácaros, e parecem ser Oribatida, a maioria se alimenta de matéria orgânica, auxiliando na decomposição, mas o grupo varia muito, há casos de predadores (não creio que seja o caso destes), há casos de hospedeiros de vermes parasitas (até de parasitas humanos), mas não de espécies parasitas neste grupo. Já os pálidos, eu acho que podem ser Isopoda, semelhantes a este Platyarthridae, ou talvez imaturos de outro tatuzinho, mas não vejo o suficiente da anatomia deles para afirmar.
Atualização Abr./2.019 - Rafael: Há algum tempo notei que o ambligio está mais ativo e com um abdomen maior. Estaria ela portando ovos?Pra começar, amblipigios são capazes de partenogênese?
Vou ter de comprar leite e fraudas para os futuros recém nascidos?
Enfim, são muitas perguntas. Seu amigo teria experiencia com reprodução dessa especie em cativeiro?
Cesar: Blick & Seiter (2016) dizem:
Charinus ioanniticus é uma das três espécies de amblipígios conhecidas por se reproduzirem por partenogênese, mas apenas na população da ilha grega de Rodes (Weygoldt 2007). Todas as outras espécies partenogenéticas em Amblypygi pertencem à família Charinidae, isto é, Charinus acosta (Quintero, 1983) de Cuba (Armas 2000), C. ioanniticus e Sarax buxtoni de Singapura (Seiter & Wolff 2014). Esta reprodução especial resulta positivamente no estabelecimento de novas populações e taxas de crescimento, mas tem efeitos negativos, porque todos os indivíduos são clones e geneticamente idênticos.
Em Weygoldt (2007), nós temos que C. ioanniticus é capaz de produzir estes ovos antes de se tornar totalmente desenvolvida, mas são produzidos poucos ovos e houve casos onde a própria mãe os consumiu. O autor ainda diz que alguns ovos eram visíveis através do abdome.
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