quarta-feira, 20 de março de 2019

Família de Percevejos Phloea no Paraná

encontrei esse inseto no tronco de uma árvore em Curitiba, Paraná. Está em um bosque com bastante umidade, parece que se agregam em colônias. as vezes eles soltam um líquido em jatos, como se fosse xixi.
grata,
Hevellin Braga.
Hevellin, na imagem se vê adulto e ninfas de percevejo da família Phloeidae, a espécie Phloea subquadrata. É normal para quase todos os percevejos que eles liberem líquidos de cheiro repugnante ao se sentirem ameaçados, através de glândulas abdominais (ninfas) ou toráxicas (adultos), isto parece ser verdade também para estes percevejos (as glândulas abdominais são visíveis nas ninfas), mas o observado parece ser algo diferente. Selecionei trechos de alguns artigos e livros com diversas opiniões a respeito:

Muitos espécimes ejetaram jatos de líquido regularmente a cada 5 a 10 minutos, mas a maioria foi observada por longos períodos sem exibir esse comportamento. (...) Brien (1930) sugere que as larvas de fleídeos se alimentam em sua mãe porque seus estiletes são muito curtos para penetrar na casca da planta hospedeira. No entanto, nenhuma observação foi feita sobre a forma como eles se alimentam. Bequaert (1935) e Margalhaes (1909) sugeriram que as larvas se alimentam de parte da seiva da árvore que se espalha ao longo da probóscide da mãe. Magalhães afirmou também que a mãe ejeta um jato de líquido como reação de defesa, e Poisson (1951 em Leston, 1953) argumentou que esse jato poderia ser usado para alimentar as larvas. No entanto, as larvas não podem usar o líquido ejetado porque é direcionado para longe delas. Além disso, durante minhas observações, o comportamento de ejeção não estava relacionado à perturbação. Eles não foram ejetados quando coletados. Essas observações sugerem que o fenômeno não é uma reação de defesa, mas poderia ter uma função excretora como sugerido por Leston (1953). Também é improvável que as larvas usem o rostro para sugar líquido escorrendo ao longo da probóscide materna. Gilbert (2003) 
(...) É sub-social e as fêmeas com ovos ou ninfas jovens demonstram cuidado parental.Ambas as ninfas e os adultos liberam um líquido amarelo odorífero quando perturbados. A secreção defensiva armazenada nas glândulas abdominais dorsais das ninfas tem um odor pungente característico de aldeídos e as glândulas metatorácicas de adultos (machos e fêmeas) armazenam derivados semelhantes que são menos agressivos. Compostos adicionais foram detectados nas glândulas de cheiro deste inseto, muitas das quais ainda são desconhecidos. Fonseca et al. (2016)
Os fleídeos exibem um forte cuidado maternal com os ovos e, após a eclosão, os primeiros instares se prendem à superfície inferior da fêmea para proteção. Quando perturbados, esses insetos emitem um fluxo de líquido claro a partir da abertura anal. Foottit & Adler (2017)

É interessante também a leitura de Bernardes et al. (2005), apesar de não falar sobre este ponto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário